GPS na onça: 1º animal recebe colar de monitoramento em MT 103118
Dados adquiridos a partir do colar são importantes para conservação da espécie 2i1r6f
Uma pesquisa em andamento na RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) Sesc Pantanal, localizada em Barão de Melgaço, Pantanal de Mato Grosso, com o maior felino das Américas, a onça-pintada, ameaçada de extinção, colocou o primeiro colar com GPS em um macho para o monitoramento no período de aproximadamente um ano.
A pesquisa do animal, que ocupa o topo da cadeia alimentar, é realizada pelo Polo Socioambiental Sesc Pantanal em parceria com o Museu Nacional e colaboração das seguintes instituições: Instituto Reprocon e o Grupo de Estudo em Vida Silvestre (GEVS), formado por integrantes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Universidade de Aveiro (Portugal).

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A pesquisa é importante para a conservação da espécie e funciona, segundo especialistas, como um “guarda-chuva”, ao contemplar todo o ecossistema com informações de diversas espécies e paisagens.
O animal capturado na RPPN, que é a maior do Brasil, tem cerca de seis anos e 103 kg, e recebeu o nome de Niti Cáre, que significa “menino bonito” em macro-jê, tronco linguístico dos Bororos e Guatos, presentes na região.
Segundo o grupo, o macho estava em ótimo estado físico e ou por exames, para checagem do estado de saúde, identificação de parasitas, vírus e bactérias, coleta de material reprodutivo e genético.
Para esta etapa da pesquisa, foram escolhidos locais onde há presença recorrente de onça-pintada, indicada pelas câmeras trap instaladas há cerca de 12 meses. A previsão é que, no total, cinco onças-pintadas recebam os colares. A próxima fase está prevista para acontecer em maio deste ano.
De acordo com o pesquisador do Museu Nacional e coordenador do GEVS (Grupo de Estudo em Vida Silvestre), Luiz Flamarion, o objetivo da pesquisa é identificar a quantidade e o comportamento das onças existentes na região.

Com o colar, ele afirma que será avaliado o movimento dos indivíduos de maneira mais detalhada, como são as tomadas de decisões no uso do espaço, a permanência nos locais e o motivo das mudanças feitas com mais frequência.
Em 25 anos de existência, já foram encontradas 12 espécies em extinção na área de 108 mil hectares da RPPN, equivalente a 2% do Pantanal de Mato Grosso e 1% de todo o bioma.