De “mãos dadas”: abelhas são flagradas dormindo segurando as patas 24165l
Espécies dormem, em média, entre 5 e 8 horas por dia dentro de flores ou agarradas a galhos 3f5032
Algumas espécies de abelhas foram flagradas tirando um cochilo em pares, segurando as patas umas das outras, como se estivessem de mãos dadas. A cena, registrada em fotografias por observadores da natureza, tem chamado a atenção pelo inusitado e pela delicadeza do gesto. (Veja imagens ao longo da matéria).

As abelhas dormem, em média, entre 5 e 8 horas por dia. Muitas vezes, repousam dentro de flores ou agarradas a galhos.
Algumas espécies, como as do gênero Anthophora, conhecidas por serem solitárias e sem ferrão, apresentam esse comportamento cooperativo e aparentemente afetivo ao dormir em duplas ou pequenos grupos.

Além de encantador, o gesto tem função prática: ao se manterem unidas pelas patas, elas ajudam a conservar o calor corporal e permanecem estáveis durante o sono.
O descanso também é essencial para a cognição desses insetos. Estudos mostram que o sono adequado melhora a capacidade de navegação, reconhecimento de flores e retorno à colmeia.
Quando privadas de descanso, as abelhas se tornam desorientadas e têm dificuldade em desempenhar essas funções vitais.

Abelhas nativas 1c6c5w
No Brasil, as abelhas nativas, também chamadas de abelha sem ferrão (ASF) ou melíponas, desempenham papel crucial na polinização e na manutenção dos ecossistemas.
De acordo com a Ong Ecoa, são mais de 300 espécies espalhadas pelos biomas brasileiros, vivendo principalmente em cavidades de árvores, onde constroem seus ninhos.
Essas abelhas são extremamente sensíveis ao ambiente. Retirar uma colônia do local onde está instalada pode comprometer sua sobrevivência. Por isso, o desmatamento e a perda de habitat natural estão entre as maiores ameaças às espécies nativas.
Em Mato Grosso do Sul, diversas espécies de abelhas sem ferrão são encontradas tanto em áreas urbanas quanto em regiões de mata nativa. Entre as mais comuns estão:
- Uruçu-amarela (Melipona rufiventris): muito valorizada por seu mel suave, é uma das espécies mais criadas na meliponicultura local.
- Jataí (Tetragonisca angustula): pequena, mansa e bastante presente em áreas urbanas; pode construir ninhos em muros e frestas de edificações.
- Iraí (Nannotrigona testaceicornis): também urbana, se adapta bem a diferentes habitats e é conhecida por produzir mel com propriedades terapêuticas.
- Mirim-preguiça (Plebeia remota): abelha minúscula e muito dócil, bastante comum na região centro-oeste.
- Mandaguari (Scaptotrigona depilis): importante polinizadora, costuma habitar ocos de árvores e tem produção de mel intensa em ambientes favoráveis.