Da onça ao jacaré: ícones do Pantanal vivem sob a ameaça do fogo 615j15

A área queimada neste ano no bioma chegou a 661 mil hectares (513 mil hectares em MS e 148 mil, em MT) até esta terça-feira (25) 3mf1e

“Os animais que não morrem queimados, depois eles encontram um cenário de terra arrasado, eles não têm recursos para se alimentar e para se recuperar. Então muitos morrem também depois por essa falta de recurso”.

Gustavo Figueirôa

A declaração acima é do biólogo e diretor do Instituto SOS Pantanal, Gustavo Figueirôa, e exemplifica as consequências dos incêndios para as criaturas que fazem parte da essência do bioma: os animais.

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A onça-pintada (Foto: Gustavo Figuerôa)

Figueirôa explica que as espécies mais afetadas com os incêndios geralmente são os répteis e os anfíbios. “Eles têm maior dificuldade de se locomover e acabam queimados primeiro. É muito comum quando a gente chega numa área queimada, a gente encontra muita cobra, jacaré, alguns sapinhos quando sobra, porque às vezes eles carbonizam de vez e você não consegue nem ver”.

Carcaça de jacaré encontrada no Pantanal (Foto: Gustavo Figuerôa)
Carcaça de jacaré encontrada no Pantanal (Foto: Gustavo Figuerôa)

Isto não quer dizer que outras espécies também não sejam afetadas. “Também tem vários mamíferos que não aguentam, macaquinhos que não conseguem fugir das árvores, tamanduá- bandeira, que são animais um pouco mais lentos também”. Os animais que conseguem fugir do fogo ainda têm dificuldade de encontrar alimento depois.

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Cenário de devastação 53j3s

Segundo dados da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a área queimada neste ano no bioma chegou a 661 mil hectares (513 mil hectares em MS e 148 mil, em MT) até esta terça-feira (25). Os números já superam os de 2020, quando houve recorde de devastação no bioma.

sucuri carbonizada no Pantanal
Sucuri não conseguiu fugir dos incêndios no Pantanal (Foto: Itamar Silva)

“As consequências a longo prazo para a fauna são gigantes”, enfatiza o biólogo. Ele exemplifica com a situação do tamanduá-bandeira que demora para se reproduzir. “Um ano e meio para se reproduzir, a muito tempo cuidando da cria, depois só que vai se reproduzir de novo. Então, quando esses animais morrem, demora um tempo para a população se restabelecer”, diz.

Ícones do Pantanal 2k6t5y

Na galeria abaixo, você confere imagens de algumas espécies de animais encontradas no Pantanal.

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Figueirôa enfatiza ainda que esses incêndios podem alterar o habitat natural dos animais de uma forma definitiva. “Algumas espécies de árvores deixam de existir, ficam árvores mortas, cobertas por cipó, e os animais que costumavam viver ali acabam deixando de existir. O Pantanal começa a ficar suscetível a outras espécies que vêm de fora, que são mais generalistas, espécies que dependem daqueles ambientes conservados deixam de existir”, diz.

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