Da extinção à esperança: antas são encontradas na caatinga após 13 anos 1q5t38
Descoberta foi feita por conservacionistas que já atuam na proteção da anta no Pantanal Sul-Mato-Grossense e em Campo Grande 3z6o6u
Treze anos depois de ser considerada extinta na Caatinga, a anta, um dos animais símbolos de Mato Grosso do Sul, foi reencontrada no bioma. A constatação foi feita por pesquisadores da INCAB (Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira), projeto do IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas), após 24 dias de expedição, no mês de março, em áreas da Caatinga no norte de Minas Gerais, oeste da Bahia e sul do Piauí.

“Em Busca da Anta Perdida” 35b68
Os ambientalistas ainda não conseguem precisar quantos animais vivem nessas regiões, mas é certo que pequenas populações resistem nas áreas investigadas. Os pesquisadores analisaram pegadas, fezes e até sangue de mosquitos para chegar a essa conclusão.
A quantificação das antas na Caatinga brasileira deve ser feita no futuro, caso o programa se estabeleça no bioma, como já ocorre no Pantanal Sul-Mato-Grossense e até em Campo Grande, onde esses mamíferos gigantes são monitorados periodicamente por meio de colares com GPS e armadilhas fotográficas.
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A descoberta também é crucial para a atualização das listas de animais em extinção no país. Este ano, a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas de Extinção do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) será reavaliada, e os dados levantados pela INCAB-IPÊ na Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal vão ajudar a determinar o status de conservação da espécie no Brasil e a retirar a anta da categoria “localmente extinta” no bioma Caatinga.
Além disso, também neste ano, será realizado o segundo ciclo do Plano de Ação Nacional (PAN) de Ungulados Ameaçados de Extinção, grupo que inclui a anta, os porcos do mato e os veados. As informações coletadas pela INCAB-IPÊ também serão utilizadas no estabelecimento das estratégias de conservação do PAN Ungulados.

“Uma extinção local, para qualquer espécie, é uma situação muito séria. Declínios populacionais e extinções locais apontam para o comprometimento do estado de conservação de uma dada espécie. Os dados coletados durante as nossas expedições em 2023, 2024 e 2025 trouxeram evidências robustas de que a anta não está extinta na Caatinga. Sabemos que devem ter ocorrido declínios populacionais importantes, mas tudo aponta para a anta nunca ter se extinguido de fato na região.”
Patrícia Medici, coordenadora da INCAB-IPÊ.
Apesar da importante descoberta da anta no bioma, as ameaças à espécie ficaram evidentes na viagem: caça, fogo e crise climática. A expedição deste ano demonstrou que as antas encontradas na Caatinga são residentes e não animais que estão apenas de agem pelo bioma.
Com as informações coletadas, a equipe vai tentar intensificar o trabalho no bioma para entender a situação da anta na região e o que pode ser feito em prol de sua conservação.

Gigante da natureza 244t6b
A anta brasileira é o maior mamífero terrestre da América do Sul, pode pesar entre 180 e 300 kg. A
espécie é vital para a biodiversidade por ser importante dispersora de sementes, por isso recebe o
título de jardineira da floresta.
Outras expedições 503u1h
Uma das primeiras incursões dos pesquisadores no bioma ocorreu em 2012, também com a participação de Medici, que é referência nacional na preservação do mamífero.
Naquela época, os profissionais listaram a anta como “Regionalmente Extinta”. Em 2023, surgiu a ideia de a INCAB-IPÊ realizar a primeira viagem pela Caatinga – a expedição “Em Busca da Anta Perdida”.
Naquele ano, e após 10 mil quilômetros percorridos em 31 dias, os pesquisadores coletaram alguns indícios iniciais sobre a potencial presença atual da espécie nas bordas do bioma, na interface com o Cerrado.

No ano ado, foi realizada a segunda expedição para investigar mais a fundo algumas áreas específicas. A equipe percorreu cerca de 6 mil quilômetros, durante 20 dias de campo, focando suas atividades na região oeste da Bahia e no entorno do Parque Nacional da Serra das Confusões, no Piauí.
A presença atual da anta foi determinada através de sinais do animal detectados pela própria equipe e um vídeo proveniente de armadilha fotográfica. Por fim, em março deste ano, os ambientalistas confirmaram que o mamífero ainda vive no bioma, apesar de todos os desafios.

Comentários (5) 1g3r23
Ouvi muitas conversas de pessoas aqui na minha região que nos anos 50 havia muitas antas nessa região, aqui região central do Piauí e a uns 40 km é a fronteira com o Maranhão, e na época anos 80 essas pessoas ouviam falar em anta na fronteira Maranhão/Pará. E aqui no Piauí jamais se viu ou ou ouviu falar da sua existência.
Sou pescador esportivo, nascido e residente em governador Valadares Mg, participo de um grupo que frequentemente vamos pescar no Rio são Francisco na divisa mg ba entre as cidades de manga e Carinhanha e quero dizer que avistamos diversas vezes antas atravessando o rio.
Eu vi uma anta às 23:00 do dia 08/04 próximo Manoel Vitorino Bahia
Aqui em Paracatu MG tem muita anta acho ate estranho ouvi falar em extinção
É triste saber que um animal tão iponente foi quase extinto nesse importante bioma do Brasil, que esse programa se estabeleça por lá e preserve esse belo animal, assim como outros animais em vulnerabilidade.