Ceva ilegal de onça pode ter motivado ataque, alerta fundador da Onçafari 6o464q
Suspeita reacendeu o debate sobre o ato de alimentar felinos selvagens para atraí-los 4l4d2
A morte de Jorge Avalo, de 60 anos, em uma área rural próxima ao distrito de Touro Morto, em Mato Grosso do Sul, pode estar relacionada à prática ilegal da ceva. A suspeita reacendeu o debate sobre o ato de alimentar felinos selvagens para atraí-los.

Para o fundador e CEO da ONG Onçafari, Mário Haberfeld, caso seja confirmada essa relação, o episódio precisa servir de alerta sobre os riscos do contato inadequado com a vida silvestre.
“Tudo indica, por áudios da família e de várias coisas que já apareceram na investigação, que lá ocorria a ceva. A ceva é quando você alimenta um animal selvagem, é importante falar que isso é proibido, é contra a lei aqui no Brasil, e acima de tudo isso é muito perigoso, não só para a pessoa que faz isso, mas para toda a região, porque o felino perde o respeito pelo ser humano”
Mário Haberfeld
Além do impacto na segurança, a prática da ceva pode comprometer anos de trabalho em prol da convivência entre o ser humano e os grandes felinos.
Para Haberfeld, o ecoturismo de observação, quando realizado com responsabilidade, beneficia toda a cadeia: os animais, os fazendeiros e a população local.
“É um círculo virtuoso. A presença das onças, quando bem manejada, atrai turistas do mundo todo, gera emprego, valoriza a fauna brasileira e oferece uma nova fonte de renda para os produtores, além da pecuária, que é parte da cultura pantaneira”, disse.
Haberfeld reforça que esse tipo de interação não tem relação com a habituação realizada por equipes especializadas em ecoturismo.
“No caso do Onçafari e outros lugares do Pantanal, a gente faz sim uma habitação intencional à onça-pintado, ou seja, que ela perca o medo dos veículos, é importante falar isso, veículos ou barcos, mas não das pessoas. Quanto às pessoas, o ser humano não pode ter essa aproximação, é sempre com o carro”, explica Haberfeld.
Mário também explica que, se confirmada a responsabilidade do animal, a captura da onça é a medida correta a ser tomada.
“É importante sim capturar essa onça e tirar da natureza e é isso que é feito no mundo inteiro. Com leões na África, quando esse tipo de coisa acontece, e é muito mais comum do que ataques de onça no Brasil, esses leões são mortos. Já na Índia, os tigres são capturados e ficam num centro de reclusão para o resto da vida.”, explicou.
No entanto, o fundador do Onçafari reforça a raridade de ataques de onça a humanos no Pantanal, já que os felinos não vêem o ser-humano como presas.
“As onças, os grandes felinos têm um grande respeito pelo ser humano, nós não somos parte do cardápio, não somos presas”.
Mário Haberfeld
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Ataque de onça 6735e
Três dias depois da morte do caseiro Jorge Avalo, de 60 anos, a PMA (Polícia Militar Ambiental) capturou a onça-pintada que teria atacado a vítima. O animal, de 94 quilos, foi localizado na madrugada de quinta-feira (24), a poucos metros da residência onde a vítima morava, no Touro Morto, Pantanal de Aquidauana.
A onça-pintada está em atendimento veterinário no CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) em Campo Grande.
De acordo com o boletim, o animal apresenta desidratação, alterações hepáticas, renais e gastrointestinais.
A onça, um macho de aproximadamente 9 anos e com 94 quilos, está bem abaixo do peso. Ela está em um recinto com grades, e seguro para receber o animal e para o adequado manejo realizado pelos veterinários.
Comentários (1) 3kf3p
Minha mãe, quando era criança, disse que um dia ouviu ruídos de vegetação enquanto ela e os irmãos caminhavam para casa numa noite. Eles ficaram assustados, mas sem saber o que era. Depois, quando já estavam na porta da casa em que viviam, viram que era uma onça e ficaram mais asustados, mas ela não fez nada durante o trajeto. Então, meu avô disse que algumas vezes alguns conhecidos e parentes tiveram companhias de onças que nunca atacaram, que isso significa que ela conhece quem é gente boa e quem não é, por isso ataca algumas pessoas e outras não.
Mas, no caso desse senhor, certeza ela tava com muita fome e tinha facilidades em conseguir através dele ou de outros do local, como não teve a facilidade, vitimou esse homem.
Os animais entendem seus papeis na natureza, mas o ser humano sempre interfere e acaba gerando desordem ambiental, por isso sofre ataques.