Sustentabilidade: venda de créditos certificados traz rentabilidade para produtores rurais 6q441d

Um projeto da Associação Clube Amigos da Terra – CAT Sorriso, tem impulsionado o desenvolvimento sustentável do agronegócio na região, com a certificação de propriedades rurais 3m1p60

A sustentabilidade na produção de alimentos tem sido uma das fortes exigências do mercado internacional. Grandes empresas e consumidores de vários países têm demonstrado uma preferência em adquirir produtos com certificação de origem e que sejam produzidos de maneira ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável, conforme detalha o consultor externo da certificadora Round Table on Responsible Soy (RTRS), Cid Ferreira Sanches.

Matéria foi exibida do jornal Primeira Página, da Rádio Centro América FM:

fazenda 1
Fazenda Grupo Morena, localizada em Campo Novo do Parecis – MT

“As exigências são das empresas. Elas têm compromissos com seus clientes, com os acionistas. Por exemplo, a Associação das Indústrias de Lácteos da Holanda, da Bélgica, tem um compromisso desde 2015 de só comprar produtos certificados. É um exemplo de compromisso e exigência do mercado internacional, trazendo toda cadeia de fornecimento, no caso da soja, do farelo, com compromissos de certificação”.

Com o objetivo de mobilizar agricultores a aderirem ao processo de certificação de grãos no padrão RTRS, o CAT criou em 2014 o grupo “Gente Que Produz e Preserva”, que conta hoje com 33 propriedades certificadas e outras quatro em processo de certificação, estimulando os agricultores a produzirem com sustentabilidade. A coordenadora do CAT, Cristina Delicato diz que a associação ajuda o produtor a se enquadrar nas exigências e auxilia na venda dos créditos gerados por tonelada de grãos certificados.

fazenda 2

“Essa certificação vem ao encontro de toda a questão da agricultura regenerativa, uso reduzido de defensivos químicos, a questão social com uma atenção maior com as pessoas que trabalham dentro da propriedade, a questão ambiental, tem uma cobrança com relação ao desmatamento zero desde 2008. E melhor que tudo isso, o produtor que participa dessa nossa iniciativa tem se adequado, ele conseguiu ter todas as ferramentas de gestão necessárias para o processo de certificação RTRS. E ele vem recebendo desde 2014, um bônus pela sua participação. Então o produtor, além dele ter ganhos indiretos com a gestão da propriedade dele, ele vem tendo um lucro de cerca de U$ 1,50 a U$ 2,00 por tonelada de produção de soja e também do milho certificado”, afirma Cristina.

A produção dos grãos é auditada e verificada por órgãos de certificação acreditados internacionalmente, atendendo os critérios econômicos, sociais e ambientais definidos no padrão RTRS de produção de soja responsável, entre eles desmatamento zero, condições de trabalho e relações adequadas com a comunidade.

fazenda 3

“Hoje são 108 indicadores exigidos pelo padrão RTRS, que vão desde a parte social, ambiental e a parte das boas práticas agrícolas também, o manejo do plantio direto, a rotação de cultivos, a questão do desmatamento, onde nenhum desmatamento é permitido, requisitos e exigências na questão trabalhista, que no Brasil já tem uma série de exigências na lei e tem algumas exigências a mais para a certificação”.

O produtor Gustavo Pícolli tem três fazendas certificadas pela RTRS. Ele conta que a certificação trouxe muitos ganhos para as propriedades, como a organização, melhor relacionamento com os colaboradores, além de incentivos financeiros, revertidos em melhorias na estrutura.

“São três fazendas que eu tenho propriedade, as três tiveram ganhos significativos com a certificação. Melhorou as instalações das fazendas, melhorou o relacionamento com os funcionários. Então a certificação melhorou e muito a nossa organização. E a gente usa os bônus que a gente consegue com a certificação para melhorias nas propriedades, nas instalações como um todo para melhor qualidade de vida de todos”.

A produtora rural Janete Missio, da fazenda São Felipe, é certificada desde 2010 e diz que obteve ótimos resultados com as mudanças realizadas pelo programa. Para ela, o principal benefício foi a organização de documentos e da propriedade.

“Nossos benefícios na propriedade, principalmente a questão da organização de documentos, identificações de locais, placas, a organização de uma maneira geral, que está sendo bem mais eficiente. E a questão também de um retorno financeiro, que seria a venda de créditos que nos ajuda a fazer esses investimentos em melhorias dentro da propriedade”.

FALE COM O PP 6s423v

Para falar com a redação do Primeira Página em Mato Grosso, clique aqui. Curta o nosso Facebook e siga a gente no Instagram.

Leia também em Agro! 1w156w

  1. SOJA COLHEITA 5

    Safra de soja em MT deve cair 5,18%, mas segue como a 2ª maior da história 2u3b5k

    A oferta de soja em Mato Grosso para a safra 2025/26 foi...

  2. Fogo destrói silo e secadora de grãos em Lucas do Rio Verde 373r15

  3. agro soja

    IBGE: agropecuária impulsiona crescimento do PIB brasileiro em 2025 6n1l

    A economia brasileira cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025, em comparação...

  4. Portaria nº 574 faz parte do Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa. (Foto: Reprodução)

    Brasil conquista status internacional de livre de febre aftosa sem uso de vacina j702n

  5. Febre aftosa

    MS é reconhecido mundialmente como área livre da febre aftosa 3h45i

    Mato Grosso do Sul foi oficialmente reconhecido como área livre de febre...

  6. Gripe aviária: 24 países suspendem compra de carne de frango do Brasil i1u5l