Setor agropecuário se manifesta contra questões do Enem 5tq55
FPA pede a anulação das questões 89, 70 e 71 pois, na avaliação da entidade, as perguntas "são mal formuladas, de comprovação unicamente ideológica" e permitem "que o aluno marque qualquer resposta, dependendo do seu ponto de vista" 49565e
A FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) divulgou nota nesta segunda-feira (6) na qual pede ao governo federal explicações sobre três questões do primeiro dia de prova do Enem (Exame Nacional de Ensino Médio), aplicada nesse domingo (5).

No documento, a FPA pede a anulação das questões 89, 70 e 71 pois, na avaliação da entidade, as perguntas “são mal formuladas, de comprovação unicamente ideológica” e permitem “que o aluno marque qualquer resposta, dependendo do seu ponto de vista”.
- A questão 89 abordou fatores negativos do agronegócio no Cerrado, mencionando, por exemplo, a “superexploração dos trabalhadores” e as “chuvas de veneno” (uma referência ao uso de agrotóxicos).
- Já a questão 71 trata da nova corrida espacial financiada por bilionários, discutindo as perspectivas que ela aponta.
- A questão 70 tem como mote o avanço da cultura da soja e o desmatamento na Amazônia.
Manifestação em Mato Grosso 5t2q4l
Em Mato Grosso, a Famato (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso) e a Acrimat (Associação dos Criadores de Mato Grosso) emitiram nota contestam o teor das questões.
A Famato contesta especialmente, a questão 71 do caderno azul que, segundo a instituição, alerta para o “avanço da soja” na Amazônia, que seria responsável pelo desmatamento do bioma, e responsabiliza “grileiros, madeireiros e pecuaristas”.
Conforme o gabarito extraoficial divulgado pelo MEC, a resposta que melhor explica o problema é a “apropriação de terras devolutas, por esses agentes”.
“Absurdo! Essa afirmação mostra a ausência de conhecimento e embasamentos relacionados as cadeias produtivas do agronegócio. A questão é uma prova física da ignorância e desrespeito com o setor e com a sociedade de modo geral”, diz trecho da nota publicada.
Já a Acrimat diz que lamenta e entende que é uma agressão ao agronegócio. A entidade diz ainda que não concorda com o teor das questões.

Parte da nota da Acrimat 3j542j
Lamentável que nosso agro seja tão agredido por aqueles que deveriam, até por questão de honestidade moral e intelectual, elaborarem questões que avaliem somente conhecimento e não ideologia.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), não concorda com esse tipo de abordagem ideológica patrocinada pelo Ministério da Educação (MEC) e se encontra à disposição para discutir esses temas somente à luz do embasamento científico e nos resultados de pesquisas sérias feitas por entidades como a Embrapa e referendadas por várias instituições mundo afora, inclusive a NASA.
Trecho da nota da Famato wi2n
A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) vem a público manifestar sua indignação ao Governo Federal pela utilização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), uma ferramenta educacional com o propósito de avaliar a qualidade do ensino médio e preparar estudantes para o ensino superior, como meio para criminalizar o setor essencial para a segurança alimentar mundial – o Agronegócio. O teste aplicado pelo Ministério da Educação (MEC) e elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao MEC, foi realizado no dia 05 de novembro de 2023 (domingo).
O teste trouxe, destemidamente, ataques ao agronegócio e críticas ao capitalismo. O que mais nos preocupa é a falta de conhecimento técnico e o despreparo dos entes envolvidos na elaboração da prova. Estamos falando de uma prova que avalia e prepara estudantes para ingressarem no ensino superior. E qual o perfil dos profissionais que queremos formar? De qual educação estamos falando?
Enquanto Federação, representante legal dos produtores rurais de Mato Grosso, nos sentimos desrespeitados e injustiçados com tamanha imoralidade.