MT pode ter dificuldade em importar fertilizante por conta da guerra 2j6s6x
MT importa da Rússia até 25% do fertilizante usado pelos produtores. Presidente da Aprosoja-MT orientou redução no uso 621q3q
A dificuldade de transporte do fertilizante produzido na Rússia por conta da guerra contra a Ucrânia pode ter impacto direto no preço dos alimentos em Mato Grosso. Diretor de uma empresa de consultoria para o agronegócio, João Birkhan explica que a Rússia é responsável por até 23% dos fertilizantes importados pelo Brasil.

Para ele, a dificuldade de transporte e a especulação de uma suspensão da exportação russa para o Brasil, pode gerar impacto grave nas safras produzidas em Mato Grosso e, também, no bolso dos consumidores.
“Se nós tivermos que pagar mais caro no fertilizante, com certeza o preço do produto também vai subir no mercado até o momento em que as atividades forem viabilizadas novamente. Ninguém vai plantar para perder dinheiro”, avalia Birkhan.
O presidente da Aprosoja-MT, Fernando Cadore, também destacou o impacto que uma possível dificuldade na importação dos fertilizantes pode causar nas prateleiras dos supermercados, por exemplo.
No entanto, Cadore ressaltou que, até o momento, tais impactos ainda estão no campo da especulação. Mas, como a safra de 2022/2023 já estava em processo de encarecimento, com altas de até 300%, a incerteza da disponibilidade do fertilizante pode causar novas elevações.
“Fazendo com que o custo de produção em muitos casos fique até inviabilizado, porque o solo onde se produz alimentos no Brasil ainda é dependente da adubação química. Então, esse impacto é do custo do produtor rural e, obviamente, na prateleira dos supermercados”, aponta Cadore.

Fertilizante importado da Rússia 192x3g
A orientação deixada pelo presidente da Aprosoja-MT aos produtores de Mato Grosso é de que ajam com cautela, já que os impactos são especulativos até o momento. Além disso, Cadore e Birkhan orientam que o uso dos fertilizantes seja reduzido.
“É, sim, um momento de apreensão. Produzir com menos fertilizantes e principalmente ter cautela, aguardar os desdobramentos para não entrar em movimentos de oportunismo no mercado, movimentos especulativos. São as orientações que deixamos”, afirma o presidente da Aprosoja-MT.
Cadore também ressalta a necessidade do Brasil se tornar autossuficiente na produção de fertilizantes. De acordo com ele, o país possui abundância de recursos naturais como fóssil e potássio.
“A burocracia não nos permite explorar, não permite que seja explorado, para que nosso país seja autossuficiente e não dependa de outros países em uma situação como essa”, avaliou.
*Matéria editada às 16h37 para correção de informação. 70185e
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Comentários (1) 3kf3p
Muito boa a matéria, preocupante, mas cabe aqui uma pergunta: Sera realmente a burocracia o que entrava o desenvolvendo de fertilizantes e outros químicos ou uma cultura já arraigada que não investe e valoriza a nossa ciência? Temos um presidente no poder que age de forma imprudente e completamente despreparada. É claro que não é somente culpa dele, visto que isso é algo cultural, mas é inegável que a nossa posição de dependência técnica e científica está justamente vinculada a esse flerte com o negacionismo científico.