Gado pantaneiro: espécie em risco de extinção virou tema de novela 1q5w26
O trabalho é desenvolvido pelo professor da universidade, na unidade de Aquidauana, Marcus Vinícius Morais de Oliveira 4t1jv
O trabalho sobre os bovinos pantaneiros que o professor Marcus Vinícius Morais de Oliveira desenvolve desde 2009 na unidade da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), em Aquidauana, município a 136 km de Campo Grande, foi citado na novela Pantanal.
Para quem está por dentro da trama, Guta (Julia Dalavia) e Marcelo (Lucas Leto) querem melhorar geneticamente os gados da fazenda de Tenório (Murilo Benício).
Contudo, essa parceria entre pesquisador e o diretor da trama, Bruno Luperi, não é de hoje…
“Há alguns anos, o Bruno Luperi veio conhecer o trabalho que desenvolvo com os bovinos pantaneiros, e tendo em vista que o gado pantaneiro foi o eixo central da 1ª versão da novela, naquela época retratado como ‘Marruá’, ele decidiu manter essa mesma proposta, porém, romantizando a relação do boi com as pessoas que colonizaram o Pantanal, num processo mútuo de aprendizado e respeito”, declara Marcus.
Genética pantaneira 655j4e
No capítulo da novela que foi ao ar na última quarta-feira, 4 de agosto, Guta e Marcelo sentam com Tenório para falar dos planos que ambos têm com os animais.
Leia mais n1u6n
“A gente precisa procurar novas matrizes, pai”, afirma a jovem. “Se além de touros a gente conseguir comprar umas vacas, com um pouco de genética pantaneira, é ótimo (…) A gente consegue ter um animal puro mais rápido”, completa Marcelo.
Mais adiante, na mesma semana, o rapaz volta a falar do assunto com Tenório. Desta vez, revela que descobriu uma “associação de criadores de gados pantaneiros”.
“Vamos precisar de mais animais para acelerar o melhoramento da raça”, explica Marcelo. O zootecnista de formação ainda declara que tudo será uma “operação profissional”.
“Professor” 2e4v2y
No mesmo capítulo, Marcelo e Guta vão até um criador em uma outra propriedade do Pantanal. No local, alguns dos animais pantaneiros são vistos em um pasto.
“É uma raça declarada Patrimônio Cultural e Genético de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul”, diz Marcelo. Guta o questiona como ele sabe disso. E é nesta mesma cena que ele revela que pesquisou e descobriu um professor da UEMS: “Encontrei o trabalho do professor da universidade”, conclui.
Assista abaixo:
Trabalho em conjunto com a novela Pantanal 1l696n
De acordo com o professor Marcus Vinícius, são inúmeros capítulos que contém os seus conhecimentos sobre os animais.
“Todas as falas que tratam do bovino pantaneiro auxiliei o Bruno na parte técnica”, revela o professor.
“Foi uma imensa alegria trabalhar com o Bruno (…) Ele é uma pessoa muito humana, e pelas mensagens que me envia até hoje acredito que tem uma grande estima por minha pessoa e consideração pelo meu trabalho com o gado pantaneiro. Ele até criou um personagem, que me representa. O ‘professor'”, diz Marcus.
Bovino pantaneiro 5y285s
De acordo com informações do pesquisador, o bovino pantaneiro é uma raça brasileira fruto do cruzamento de animais trazidos pelos colonizadores espanhóis e portugueses para a planície do Pantanal, há mais de 400 anos.
“Magnificamente adaptado ao calor, predadores, como as onças, carrapatos, e as condições intermitentes de alagamento e seca deste bioma tão singular”, ressalta Marcus.
A espécie encontra-se em risco de extinção e foram declarados em lei pelos governos de MT e MS como Patrimônio Genético e Cultural do Pantanal.
“E é exatamente por esse motivo que os professores do curso de zootecnia da UEMS, em Aquidauana, desenvolvem esse trabalho para conhecer e divulgar as qualidades da raça e, assim, contribuir para o engrandecimento da atividade pecuária”, conclui o professor.
Homenageado e citado na ONU 6z1c3g
O professor Marcus Vinícius foi homenageado pela Câmara Municipal de Aquidauana pelo trabalho com os bovinos pantaneiros, em 2015. Recentemente ao ano, a raça foi incluída como Patrimônio Cultural e Genético de Aquidauana – Lei nº 2.391/2015, o que reforça a fala do personagem de Lucas Leto na novela.
Em 2016, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (Food and Agriculture Organization of the United Nations – FAO) destacou em reportagem o trabalho do professor, ressaltando sobre o futuro da segurança alimentar.
