Dia Nacional do Café: MT celebra avanço da produção e conquista de espaço no mercado ow20
Desde 2019, a produção estadual mais que dobrou: ou de 121,4 mil sacas colhidas para cerca de 270,8 mil sacas em 2024 20283k
Neste 24 de maio, Dia Nacional do Café, Mato Grosso tem motivos de sobra para comemorar. Em apenas uma década, o Estado saiu das últimas posições no ranking brasileiro para ocupar a 9ª colocação entre os maiores produtores de café do país.
Um salto que reflete o fortalecimento da agricultura familiar, impulsionado por políticas públicas eficazes, como o programa MT Produtivo Café, desenvolvido pela Secretaria de Agricultura Familiar (Seaf) em parceria com a Empaer.

Desde 2019, a produção estadual mais que dobrou: ou de 121,4 mil sacas colhidas para cerca de 270,8 mil sacas em 2024, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Esse crescimento é fruto direto do apoio oferecido aos agricultores familiares — com a distribuição de mudas, kits de irrigação, fertilizantes e assistência técnica — que permitiu não apenas o aumento da produção, mas também o avanço na qualidade dos grãos cultivados.
Atualmente, 29 municípios mato-grossenses estão envolvidos na produção de café, com destaque para Colniza, Juína, Aripuanã, Nova Bandeirantes e Cotriguaçu, que lideram o ranking estadual.
A produtividade também surpreende: houve um aumento de 185% na última década, saltando de 8,2 para 23,3 sacas por hectare. Apesar da redução da área cultivada, os investimentos em tecnologias, irrigação e melhoramento do solo explicam esse desempenho expressivo.
A qualidade do café também tem ganhado notoriedade. Amostras levadas por produtores de Sinop para análise sensorial já conquistaram mais de 80 pontos em testes especializados, classificação que garante o selo de cafés especiais.

“Essa iniciativa reflete o compromisso de apoiar os produtores no aprimoramento dos métodos de produção e beneficiamento dos grãos para agregar valor aos produtos”, afirma o secretário Luluca Ribeiro.
O engenheiro agrônomo Fabrício Tomaz, da Empaer, reforça que o avanço é fruto de uma transformação técnica nas lavouras: “Embora a área cultivada tenha diminuído ao longo dos anos, a produtividade aumentou e isso é explicado pelo incremento tecnológico como uso de plantas matrizes mais produtivas, prática da irrigação e correção química do solo.”
Produção Indígena 1a28f
Na aldeia Umutina, no município de Barra do Bugres, a 169 km de Cuiabá, os indígenas mantém a produção em cerca de 3 hectares e já estão caminhando para a terceira safra. O Massepô Café Indígena ou a ser produzido em 2021, na terra indígena da etnia Balatiponé-Umutina.
Treze famílias participam do projeto de produção que é assistido pelo Governo do Estado. A produção é toda vendida aos consumidores finais em pacotes de 250 gramas. Eles também se prepararam para começar a plantar grãos especiais e ofertar ao mercado cafés gourmet com maior valor agregado.

O produtor rural indígena e cacique Felisberto de Souza Cupudunepá contou que a ideia de ar a investir em cafeicultura começou em 2013, quando a aldeia foi reaberta. Quando viram os pés de cafés na área, eles perceberam que essa poderia ser a alternativa econômica. Desde então, as famílias indígenas aram a buscar conhecimento junto com outros parentes, como os da etnia Suruí e Tupari, ambos de Rondônia, que também são cafeicultores.
“Nosso sistema de produção é diferente. É um café produzido em terra indígena, feita da forma mais natural possível, envolve a nossa comunidade. O processo de beneficiamento é todo artesanal e dessa forma que a gente consegue agregar o valor. Agora estamos trabalhando para produzir café especial, que pode ter um valor até 3 vezes mais do que o que produzimos atualmente”, comentou o cacique.