Comitiva parou Rochedo para desfile de 550 cabeças de gado 1p414j

Quem acordou cedo nesta quinta-feira (21), em Rochedo, cidade a apenas 67 quilômetros de Campo Grande pôde acompanhar uma cena rara. Uma comitiva com 550 vacas cruzou a cidade através da MS-080. A agem por uma das principais vias do município foi a etapa final de uma viagem que durou 31 dias.

O gado saiu da Fazenda São José, no Pantanal da Nhecolândia rumo ao confinamento Boi Branco, que fica próximo de Rochedo. Seis peões e um cozinheiro cumpriram com êxito a missão de trazer os animais pelos 300 quilômetros do trajeto.

A agem pela cidade, contudo, foi um dos momentos mais desafiadores para os trabalhadores, conforme explica o pecuarista e proprietário dos animais, Raul Arruda. Ele explica que a comitiva chegou próximo ao município, nesta quarta-feira (20).

“Eu consegui a autorização para o gado ar a noite em uma fazenda na entrada da cidade, para que a comitiva pudesse atravessar bem cedo. Os peões saíram tocando as vacas às 5h”, explica.

A operação ainda contou com o apoio de policiais militares, que sinalizaram o caminho por onde o gado ia ar e interditaram as ruas laterais. A agem pela cidade foi feita logo nas primeiras horas da manhã, que é quando o movimento de carros e pedestres é menor, justamente para evitar o risco de acidentes. E tudo saiu como planejado, segundo o pecuarista.

Vídeos da comitiva, mostram o nascer do sol contrastando com as as vacas “desfilando” enfileiradas pela rodovia. Todo o manejo foi supervisionado pelos peões e escoltado pela polícia. Raul comenta que as vacas que foram trazidas pela comitiva tem entre 6 e 7 anos. Elas já aram da fase reprodutiva e agora foram trazidas para a engorda no confinamento.

Pelo menos três vezes no ano a viagem se repete e a melhor opção para trazer os animais, é por meio da comitiva, explica Raul. Isso porque a Fazenda São José fica em local de difícil o, não tem energia elétrica e sequer estrada adequada para veículos.

A verdadeira odisseia para trazer as vacas até o confinamento teve inúmeras paradas, exigiu dedicação e paciência no trato com os animais, para evitar que eles sofressem ao longo do percurso.

“É um trabalho cada vez mais escasso que é profissão do condutor do gado, a comitiva. Mas é muito gratificante ver a dedicação dos trabalhadores envolvidos em todos esses dias, pessoas que dependem desse ofício para levar o sustento para a família. Ver a interação deles com os animais, o cuidado com o manejo, a paciência para lidar com o animal”, comenta Raul.